Você sabe como nasceu a AirBnb?
Grandes ideias podem nascer durante um momento crítico da vida, ou após a pessoa viver alguma dificuldade financeira. Foi assim que os fundadores da AirBnb chegaram ao mercado estadunidense fazendo história. Hoje a startup gerenciada por eles é referência no ramo de hospedagem em diversos países pelo mundo.
Tudo começou por causa de um apartamento alugado pelos rapazes Brian Chesky e o amigo Joe Gebbia. As dificuldades enfrentadas para pagar o mês de referência serviram como estopim para que eles buscassem uma saída. Eis que ambos tiveram a brilhante ideia de locar parte do espaço do imóvel para pessoas que iriam à São Francisco participar de uma conferência de design.
Como o encontro já lotava as reservas dos inúmeros hotéis na cidade, o ponto de partida seria ofertar diárias mais baratas no próprio apartamento para que algumas pessoas se hospedassem ali, tendo como adendo um café da manhã caseiro. Uma convicção que parecia fora do comum, né? E era!
Chesky e Gebbia também eram da área de design, ou seja, tinham as fontes para que a proposta de locação elaborada por eles chegasse ao ouvido dos profissionais. Contudo, pairava no ar uma pergunta: como criar uma estratégia para que tudo isso ocorresse de uma forma que parecesse organizada, distanciando as possíveis desconfianças que poderiam surgir? A resposta está nas linhas abaixo. E é incrível!
Conheça quais foram os planos originados pelos amigos, vistos como duvidosos e até polêmicos, e entenda como a AirBnb alcançou o topo do mundo no ramo de hotelaria e turismo!
AirBnb: a primeira estratégia
A data da conferência se aproximava a cada alvorecer vislumbrado em frente à janela do apartamento. Os amigos Chesky e Gebbia pensaram até em cogitar um anúncio no site Craigslist, portal que funciona até hoje como rede de comunidades online. Ali é possível divulgar de forma gratuita inúmeros produtos ou serviços. Porém, a ideia logo foi descartada, pois o próprio Gebbia achava que tudo aquilo era muito comum, indiferente.
O instinto empreendedor pairou, então, sobre os amigos e eles tiveram uma ideia agregadora: criar o próprio site. E foi o que fizeram!
O portal elaborado contava com fotos do apartamento, informações até sobre os colchões de ar espalhados pelas mobílias e a promessa do café da manhã feito de forma caseira. Não deu outra: em poucos dias as três vagas estavam preenchidas, cada uma pelo valor de 80 dólares.
O dinheiro veio em boa hora. E os e-mails que começaram a chegar de outras partes do mundo mostraram aos amigos a força daquele empreendimento que eles haviam acabado de idealizar. Nas mensagens, as pessoas queriam disponibilidade de vagas na Argentina, Inglaterra e Japão. Ou seja, a primeira sementinha passou a brotar poucos dias após a primeira investida.
Sabe o que aconteceu de fato? Chesky e Gebbia, que haviam resolvido o problema dos profissionais daquela conferência em São Francisco, agora estavam sendo contactados para espalhar isso pelo mundo, já que outras pessoas precisavam sanar suas próprias questões com hospedagem, gastando menos e sem perder as respectivas viagens.
Diante daquelas propostas via e-mail, quais seriam os próximos passos? O jeito foi elaborar um projeto de hospedagem tão inusitado quanto o primeiro passo dado.
Antes da AirBnb, caixinhas de cereais para pagar as contas.
As ideias borbulhavam e agora os amigos precisavam tirar do papel o projeto criado, de nome ‘Airbed & Breakfast’. Chamaram um antigo companheiro de quarto, o engenheiro Nathan Blecharczyk. Porém, para que tudo saísse conforme o combinado, os amigos necessitavam de grana.
O verão de 2008 chegou com uma boa saída para a falta de dinheiro. Os notáveis Obama e McCain concorriam às eleições presidenciais. E se Chesky e Gebbia comprassem cereais e estampassem a caricatura de cada candidato em caixas distintas? Foi o que fizeram. Mais uma ideia inusitada, mais um evento para que os amigos ofertassem uma proposta.
500 caixas de cada candidato renderam 30 mil dólares para investir no Airbed & Breakfast. Porém, as dificuldades que surgiram depois foram suficientes para que eles produzissem mais caixas e, enfim, pagassem as contas rotineiras.
Dinheiro escasso, boletos chegando, porém, um encontro mudou o rumo das coisa. Chesky e Gebbia ficaram frente a frente com o programador, escritor e investidor Paul Graham. E mesmo diante da desconfiança do empresário, o site dos amigos recebeu o aporte de 20 mil dólares. O caminho se abria amplamente, dessa vez sem volta.
De Airbed & Breakfast para AirBnb
A abreviação do nome parece ter trazido sorte aos rapazes. É que logo em seguida à criação do nome AirBnb veio outro aporte, dessa vez de 600 mil dólares numa rodada. Teriam os amigos agora o dinheiro suficiente para que o projeto não fosse abandonado?
Nem tudo foi positivo nessa empreitada. Fred Wilson, capitalista de risco da Union Square Ventures, rejeitou o projeto de Chesky e Gebbia. Um tiro no pé. De quem? Do capitalista!
Ciente do próprio erro, já que a startup ganhava novos horizontes a cada dia que se passava, Wilson colocou uma caixa de cereais do Obama em sua sala, para lembrar da desistência em ajudar a AirBnb. Jurou não cometer o mesmo erro novamente.
O Craigslist entra novamente no caminho da startup AirBnb
Lembra daquele site que chegou a ser cogitado para divulgação da primeira locação do apartamento, mas que logo em seguida foi descartado?
O fato do portal Craigslist ainda ser referência na busca por diferenciais nunca foi negado pelos amigos Chesky e Gebbia. E isso acendeu outro ponto de interrogação: por que não ter por perto a base de usuários do Craigslist?
A falta de cookies do site foi a porta de entrada que eles precisavam para criar um robô que visitava o portal da concorrente de forma indireta. Ao copiar a url única dos anúncios, agora era só enviar um e-mail para que seus clientes publicassem o anúncio das hospedagens via Craigslist.
Essa talvez tenha sido uma das growth hacking mais famosas do mundo dos negócios. Ou seja, a utilização de um atalho não convencional para angariar mais clientes.
É óbvio que um funcionário da Craigslist acabou descobrindo a parada. Contudo, isso não minou a AirBnb. A empresa só cresceu.
AirBnb: fotógrafos à disposição dos locadores
Anfitriões, para a startup AirBnb, são as pessoas que disponibilizam no site seus espaços para locação. Pois bem… as propostas oriundas dos anfitriões de Nova York não estavam surtindo tamanho efeito.
Querendo saber o motivo, Chesky e Gebbia foram para lá. Vinte e quatro espaços foram minuciosamente analisados. Eis que veio a resposta: as pessoas não estavam mostrando abertamente as acomodações que tinham, já que as fotos não eram nítidas.
Sem medir consequências, os amigos alugaram uma câmera fotográfica e visitaram o maior número de anfitriões possível. Tiraram fotos com boa qualidade e substituíram as antigas. Não deu outra: em apenas um mês a receita duplicou na cidade de Nova York.
Nascia, então, outra forma da AirBnb ofertar as locações. Fotógrafos começaram a ser contratados e as fotos dos imóveis passaram a ter qualidade profissional.
O programa de fotografia foi lançado em 2010 e veio como nova avalanche de sucesso. Dois anos depois a empresa tinha mais de 2 mil fotógrafos freelancers contratados. Um número que já atendia 6 continentes.
Pensando lá na frente
Se tudo foi mil maravilhas a partir de então? Claro que não!
A AirBnb teve que se adaptar, enfrentar problemas, mas o foco nos resultados foram imprescindíveis para que os amigos pudessem inclusive se antecipar às tribulações.
Por exemplo: se houve casos de furto em alguma acomodação, a empresa passou a frisar a palavra segurança em seus novos anúncios. Garantiram também reembolsos pelos roubos e vandalismo.
O primeiro escritório da AirBnb em solo europeu foi na Alemanha. No Reino Unido, a startup comprou seu maior concorrente, o Crashpadder. Daí para chegar em Paris, Barcelona e Milão foi um pulo. Em pouco tempo, a startup tinha escritórios em toda a Europa.
AirBnb: uma empresa que cuida de forma bilateral
Pensar em quem dispõe de quartos para alugar foi o primeiro tiro certeiro dos amigos para alavancar o sucesso da AirBnb pelo mundo. Contudo, a outra parte, a de quem aluga tais acomodações tem sido imprescindível para que esse crescimento resultasse em conforto para todos. Pensar nos dois lados, eis a questão!
Chesky e Gebbia foram espertos. Diante da satisfação de quem hospeda e de quem busca pela hospedagem, eles passaram a pensar não só na acomodação, mas na viagem como um todo. O resultado de tudo isso? Uma marca que abraça de forma ampla a cordialidade entre as pessoas que têm no turismo e lazer o foco do seu negócio!
Conclusão
A maneira inusitada com que uma ideia de hospedagem veio à cabeça dos amigos Chesky e Gebbia faz a diferença na vida de milhares de pessoas por todo o mundo até os dias de hoje. Olhar para a dificuldade como um fato, mas com o pé na resolução pode ser a saída que muitos desejam.
Outra situação é observar sempre lá na frente, o que está por vir, o que pode ser melhorado. Os amigos provaram que dificuldades não surgem somente no início de uma empreitada, mas durante toda a sua existência. O jeito é estar preparado para mudanças, adequações, inovações. E isso a AirBnb sabe fazer de maneira clara e bastante objetiva!
Fonte: JustSell
https://www.justsell.com.br/blog/as-estrategias-controversas-que-levaram-o-airbnb-ao-topo/